18/12/2015
Crítica da apresentação do oratório O
Messias no Theatro
Municipal do Rio de Janeiro
A história
Messias (Messiah) (HWV 56, 1741) é
um oratório de Georg Friedrich
Händel com 51 movimentos divididos
em 3 partes,
Embora o 42.º movimento (o célebre
"Aleluia") seja reconhecível por
qualquer pessoa (mesmo não sabendo a
que obra pertence ou que compositor
a escreveu), a obra "O Messias" não
é tão conhecida na sua totalidade
como merecia. A maior parte das
vezes, os programas de concertos
apenas escolhem alguns movimentos
(recitativos, árias e corais),
perdendo assim o sentido integral e
unitário da obra, mais famosa
criação de Händel.
Em "o Messias" assistimos a diversos
relatos em torno Jesus Cristo desde
a sua anunciação profética, o seu
nascimento, vida, morte e ascensão
ao céu.
O "Messias" divide-se em três
partes. Assim, após a "Sinfonia" de
abertura (um andamento com indicação
de tempo em "Allegro"), temos: 1ª
Parte - Apresenta a profecia e o
nascimento de Jesus; 2ª Parte -
Relata episódios da Paixão,
culminando no coral "Aleluia"; 3ª
Parte - Descreve o tema da Redenção.
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A folha título da edição de
1741, manuscrita por Handel. |
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Após a Sinfonia de abertura (Allegro)
dá lugar a um Recitativo com votos
de esperança aos servos do Messias
("Comfort ye my people") passando
logo em seguida para profecias
apocalípticas ("Thus saith the Lord")
oriundas de profetas do Velho
Testamento ("And the glory of the
Lord") e chegando à anunciação da
vinda (Behold, a virgin) e ao
nascimento do Messias (For unto us a
child). Seguidamente, a vida do
Messias começa a ser desvendada
(exemplo: "His yoke is easy") e sua
morte profetizada passa a ser
anunciada ("Behold the lamb"). Em
Surely he hath borne há uma
dramatização baseada no martírio de
Jesus Cristo.
Após 41 movimentos e no final da 2ª
Parte, é apresentado o mundialmente
conhecido coral Aleluia, onde, em
tese, se demonstra toda a alegria
pela vitória do Messias sobre a
morte e o pecado, após a
concretização das profecias
enunciadas na 1ª Parte.
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O coro, apoiado principalmente no
agudo das vozes femininas (soprano,
altos, etc), demonstra felicidade da
vitória do Messias e tal também
apoiada na repetição contínua de
certas expressões como Hallelujah e
esta é repetida, próximo ao final
desse movimento, após uma brevíssima
pausa, termina a ser cantada
extensivamente por vários segundos:
... / For the lord God omnipotent
reigneth / Hallelujah hallelujah
hallelujah hallelujah
... / And He shall reign forever and
ever
... / King of kings forever and ever
/ And Lord of lords / hallelujah
hallelujah
... / Forever and ever and ever and
ever / (King of kings and Lord of
lords)
... / Hallelujah hallelujah /
hallelujah hallelujah / Hallelujah.
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A 1ª parte contém 21 números, a 2ª,
23 e na 3ª, 8 números somente.O
coreógrafo Mauricio Wainrot,
argentino, criou a sua primeira
versão de O Messias em 1996, para o
Real Balett de Flandres, Bélgica. Em
1998 elaborou uma 2ª versão mais
extensa para o Ballet Nacional do
Chile.
Na concepção do espetáculo,
Carlos Gallardo, utilizou-se
de 20 números da 1ª parte,
13 da 2ª, e nenhuma da 3ª,
criando uma atmosfera
inteiramente branca para os
figurinos e cenários
(somente bancos manipulados
pelos próprio bailarinos).
Com lindos, expressivos e
coloridos desenhos de luz de
Eli Sirlin.
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As Primeiras Bailarinas e
Regentes do Corpo de Baile,
Ana Botafogo e Cecília
Kerche, trabalharam
intensamente os bailarinos
que se apresentaram num
espetáculo glorioso. O nosso
corpo de baile, evolui
admiravelmente a cada
apresentação. É maravilhoso,
sentir que juntos as nossas
famosas bailarinas, agora
temos um belo naipe
masculino que esbanja
técnica e talento. Todos
muito jovens, elegantes e
seguros. Acho dentro de uns
4 ou 5 anos teremos teremos
um corpo de baile maduro e
experiente para se
apresentar em qualquer palco
do mundo. Bravos a todos e
em especial, a notável
Cláudia Mota, primeiríssima
bailarina, já fulgurante
estrela da nossa dança.
A laboriosa Orquestra do Theatro
Municipal, uma das mais importantes
e completas do país, mais uma vez
comprova o seu afinco e dedicação.
Executando um difícil repertório que
abrange óperas, ballets, música
sinfônica de todos gêneros, saiu-se
magnificamente, sob uma direção
segura e sensível do Maestro Sivio
Viegas. A orquestra brilhou serena e
majestosa, numa sonoridade constante
e perfeita, trabalhando em conjunto
harmonioso com o coro esplenderoso e
com solistas de altísima qualidade.
Todos cantando no fosso, junto aos
músicos. O resultado foi incrível.
Os sons pareciam surgir do além e
ouvíamos contritos e com clareza
toda a beleza desta obra monumental.
Se vocês gostam de espetáculos belos
e bem acabados, bem interpretados e
com o fulgor dos fazem uma arte
maior, não podem perder “O Messias”.
É um espetáculo relativamente curto,
dura cerca de uma hora e 20 minutos.
É de se perder o fôlego. Bravos aos
nossos artistas. Vamos honrá-los com
muitos aplausos. Saia de casa para
sentir-se mais perto do paraíso.
Vocês sairão enebriados com tanta
beleza.
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Lauro Gomes com Cláudia
Mota, primeira bailarina do
espetáculo |
Espetáculos: hoje, dias 20, 22, 23,
27, 29 e 30 de dezembro. Os
espetáculos serão realizados as 20
horas, excetuando-se os dois dos
dias 20 e 27, que serão as 17 horas.
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