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  • 21/03/2017
    Crítica do Concerto Daniel Guedes na Sala Cecília Meireles

     
    Quinta-feira, dia 16 de março, tivemos, na Sala Cecília Meirelles, dentro da Série Sala Música de Câmara, um belíssimo concerto do violinista consagrado mundialmente, Daniel Guedes, onde ele se reuniu com uma porção de amigos e de alunos, para formatar um programa lindo e eclético, que encantou e entusiasmou. Foram momentos de pura beleza e emoção, arrebatando e extasiando todos os presentes.



    Daniel Guedes, violino

    Convidados:
    Simone Leitão e Marina Spoladore, pianos
    Mario Ulloa, violão
    Monique Cabral, Thierry de Lucas e Caroline Santa Rosa, violinos
    Daniel Albuquerque e Ramon Feitosa, violas
    Márcio Malard, Lucas Barros e Mayara Alencar, violoncelos
     


    Lauro Gomes e Daniel Guedes após o espetáculo (foto: Daniel Ebendinger)

    PROGRAMA:

    Jules Massenet
    Meditação de “Thais”.

    Massenet estreou a sua ópera Thais, em 1894, que tornou-se imediatamente, uma das favoritas do grande público. A célebre ”Meditação”, é um interlúdio que é apresentando entre duas cenas do 2º ato.
    Marina Spoladore foi uma parceira ideal, fazendo um dueto sonoro com os diáfanos sons de um violino transcendental, manejado pelos dedos mágicos de Guedes.

    Pablo de Sarasate
    Romanza Andaluza

    Este é o primeiro romance, das duas Danças Espanholas, publicadas sob o Ops.22. Alegria festiva, num diálogo emocionante, onde o piano da Spoladore enlaçava-se com o violino de Guedes, para uma dança inebriante e de colorido intenso.


    Antonin Dvorák/ Fritz Kreisler
    Canções que Minha Mãe Ensinou

    Peça bastante envolvente, Canções que minha mãe me ensinou (em alemão, Als die alte Mutter sang; ou Když mne stará matka zpívat, em tcheco; e também notoriamente conhecida pelo inglês Songs my mother taught me) é a quarta das sete melodias que formam o ciclo Canções Ciganas (Cigánské melodie, B. 104/4, Op. 55/4), de Antonín Dvořák, Sabiamente harmonizadas por Fristz Kreisler.
    Novamente a parceria piano e violino, emocionou pela leveza e pureza dos sons.


    Henrique Oswald
    Romance No. 2

    Henrique Oswald, foi um pianista, compositor, concertista e diplomata brasileiro, filho do suíço Jean Jacques Oschwald (que ao naturalizar-se brasileiro mudou o sobrenome para Oswald) e de Carlota Cantagalli, de origem italiana.
    Ouvimos contritos, este romance, que é o 2º, do Ops. 7, do compositor brasileiro, equilibrando com sutileza delicada, o repertório apresentado.

    Johannes Brahms
    Scherzo

    Este célebre scherzo faz parte da famosa Sonata FAE, idealizada pelos compositores Dietrich, Schumann e Brahms, no ano de 1853, em Dusseldorf. Dos seus 4 movimentos, dois foram compostos por Schumann, um por Dietrich e outro por Brahms.
    Forte a presença da pianista Simone Leitão, apresentando-se com um som vigoroso e soberbo, ao lado do valente Guedes. Um tema quente e lírico, pontuado pela declamação rítmica do piano.

    Johannes Brahms
    Quarteto para Piano e Cordas nº3 em Dó Menor op.60

    – Andante
    Este quarteto datado de1874, foi o último criado por Brahms. É a mais viva declaração do amor platônico do compositor, por Clara Schumann. O Andante, é de um romantismo doce, suave e de beleza infinita. Aí Guedes teve como parceiros, o piano da Spoladore, o magnetismo do cello de Márcio Mallard e a viola precisa de Daniel Albuquerque.

    Danilo Caymmi (arr.Mario Ulloa)
    O Bem e o Mal
    João Bosco / Aldir Blanc (arr. Mario Ulloa)
    O Bêbado e a Equilibrista

    Nesta parte, o programa apresentou dois magníficos arranjos para o mais refinado da nossa música popular. O violão de Ulloa, ponteou sonoramente com destreza, os sons cadenciados do violino de um Guedes balançante e vivo.

    John Williams (arr. Mario Ulloa)
    Tema de “A Lista de Schindler”

    Belíssimo o violão orquestral de Ulloa, sublinhando a sensível e magistral interpretação de Daniel Guedes que emocionou toda a plateia.

    Johannes Brahms
    Dança Húngara No. 5

    Encerrando de maneira apoteótica da primeira parte, tivemos a esfuziante Dança de Brahms, que levantou todo o público com gritos de bravos.

    [INTERVALO]

    Felix Mendelssohn
    Octeto em Mi Bemol Maior para Cordas, Op.20
    -Allegro moderato, ma con fuoco
    -Andante
    -Scherzo. Allegro leggierissimo
    -Presto


    Encerrando a majestosa apresentação, Daniel Guedes, comandou uma novíssima geração de cordas do país, com Octeto composto na adolescência de Mendelssohn. Escolha perfeita. Obra alegre, feliz, repleta de vida e entusiasmo, interpretada com toda a jovialidade possível.
    Momentos prazerosos e de encantamentos que valorizaram muito o trabalho diabólico de Daniel Guedes, mestre supremo do violino, professor emérito e grande regente que se agiganta a cada apresentação. Bravos!!!!!

     



     


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