Ciclo
Scriabin - Critica do
2º concerto (16/09/2015)
Um panorama da evolução na
técnica de composição de
Scriabin:
Sonata nº 2 em Sol sustenido
menor, op. 19,
“Sonata Fantasia” (João Elias)
- Andante
- Presto
- Sonata nº 3 em Fá sustenido menor,
op. 23
(Aleyson Scopel)
- Dramatico
- Allegretto
- Andante
- Presto con Fuoco
- Sonata nº 4 em Fá sustenido Maior,
op. 30
(Patrick Rodrigues)
- Andante
- Prestissimo Volando
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Lauro Gomes com Jean Louis
Steuerman, diretor da Sala
Guiomar Novaes. |
CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONCERTO:
Scriabin - Sonata nº 2 em Sol
sustenido menor, op. 19, “Sonata
Fantasia”.
A sonata nº 2, foi publicada em
1898, depois de Scriabin trabalhar
durante cinco anos na obra, em
estilo romântico impressionista.
Andante – Efeitos flutuantes
que ecoam – duas secções liricamente
temáticas.
Presto – Muito rápido e
intenso, semelhante a um estudo, num
crescendo e decrescendo, dando a
impressão de ondas. No término, um
oceano em agitação tempestuosa.
João Elias abriu o concerto com
seriedade e convicção. Inteiramente
consciente, dominando com facilidade
todos os problemas de excecução da
obra. Muito onírico no início,
passando de pungente a um
virtuosístico no final. Ótima
apresentação.
Sonata nº 3 em Fá sustenido menor,
op. 23.
Scriabin havia casado em agosto de
1897, com Vera Ivanovna Isaakovich e
em Paris começou a compor a sonata
terminado no ano seguinte. Segundo o
compositor, são estados da alma.
Dramatico – A alma livre e
selvagem, num redemoinho de
sofrimento e luta.
Allegretto – Uma trégua
momentânea aparentemente ilusória. A
alma quer esquecer o sofrimento,
quer cantar, florecer – Alma
inquieta.
Andante – Um mar de
sentimentos: amor, tristeza, ilusões
de um sonho delicado.
Presto con Fuoco – A partir
da profundidade, se eleva a voz
temível do homem criativo. Sua
canção vitoriosa ressoa triunfante e
de repente ele mergulha no abismo do
não-ser.
Aleyson Scopel, é um jovem vencedor
de vários concursos e já de longa
prática de concertos sinfônicos, com
estudos no exterior. Scopel venceu
com ânimo e coragem a difícil tarefa
de dar uma brilhante interpretação,
na exteriorização e alternância dos
estados de espírito desta obra.
Enfim, Scriabin se liberta de Chopin
e encontra o seu caminho. Um acorde
suspenso, termina a obra despencando
num infinito vazio. Bravos a
presença elegante e bonita do
artista que soube colorir com
variadas emoções as transições
emotivas da sonata.
Sonata nº 4 em Fá sustenido
Maior, op. 30.
A sonata nº 4 foi composta em 1903,
em estilo pós romântico e num clima
erótico. Numa forma ciclíca, começa
num andante dolcissimo, passando por
um lânguido êxtase, para se
transformar num prestissimo -
fogosamente e jubiloso.
Patrick Rodrigues fechou
triunfalmente o concerto. Técnica,
emoção, segurança e um virtuosismo
contagiante, confirmaram a excelente
fase da preparação do artista. O
progresso do Patrick é patente a
cada nova apresentação. Bravos,
muitos aplausos de um público
caloroso e reconhecido. Sensacional
a apresentação destes jovens
pianistas orientados com maestria
por Myrian Dauelsberg.
A salientar, a ilustre presença do
pianista e Diretor da Sala Cecília
Meirelles, Jean Louis Steuerman, um
exímio e consagrado intérprete da
obra de Scriabin, que aplaudiu com
entusiasmo a performance dos seus
jovens colegas. Ao Steuerman, uma
feliz gestão e muitos projetos que
animem com nobreza, a nossa pobre
agenda musical.
Terminando este ciclo que homenageia
Scriabin, teremos na próximo dia 23
o tema:
SCRIABIN SOB INFLUÊNCIA DO
MISTICISMO DE LISZT. -
Pianistas: SILAS BARBOSA e JOÃO
ELIAS -
Sala Guiomar Novaes, Rio de Janeiro
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Quarta 23 de Setembro de 2015 -
12h30 e
18h30
João Elias, Lauro Gomes, Patrick Rodrigues e Aleyson Scopel.
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